sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Análise: Google se livra de "dor de cabeça" ao vender Motorola para Lenovo

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014 - by Isaias Santos 0


Ao vender a Motorola Mobility para a Lenovo, o Google está acabando com uma combinação que nunca realmente funcionou, enquanto mantém recursos que podem ser provar valiosos no caminho.

Em um negócio anunciado nesta quarta-feira, 29/1, a Lenovo concordou em comprar a Motorola por 2,91 bilhões de dólares, ainda aguardando aprovação dos órgãos reguladores dos EUA. Esse valor é bem menor do que os 12,5 bilhões de dólares que o Google pagou para a Motorola em 2011, mesmo contando o que a gigante de buscas já ganhou por vender o negócio de set-top-box da fabricante. Mas o Google vai ficar com a maioria das patentes da Motorola, potencialmente uma ferramenta valiosa na “indústria” de processos por patentes móveis.


Mais importante de tudo, a gigante de buscas vai sair de um negócio que nunca a ajudou a competir ou fazer dinheiro e que atrapalha seus relacionamentos com outras fabricantes de aparelhos Android, apontam analistas de mercado.

“O Google não tinha realmente que comprar a Motorola e provavelmente não devia ter comprado a Motorola”, afirma o analisa da Current Analysis, Avi Greengart.

Apesar da matemática simples sugerir que custou mais de 9 bilhões para o Google ter a Motorola por alguns anos e obter a maioria das suas patentes, a empresa de Mountain View já tinha recuperado 2,35 bilhões de dólares ao vender o negócio de set-top-box da Motorola para o Arris Group em 2012. E para uma empresa que vale 350 bilhões de dólares, esses negócios não são realmente gigantes.

A compra em 2011 levantou questões sobre se o amplo universo de fabricantes Android, incluindo Samsung e LG, poderiam competir com uma marca “da casa” fazendo aparelhos com o mesmo sistema. Entre outras coisas, os parceiros estavam preocupados que a Motorola teria acesso prévio a novas inovações do Android, apontam analistas. Essas tensões nunca foram resolvidas.

Agora, afirmam os analistas, o Google pode voltar ao seu negócio principal.

“O maior benefício que eles ganham é uma claridade maior”, afirma a analista Chetan Sharma, da Chetan Sharma Consulting. “Seus interesses estão mais alinhados com ter uma estratégia Android e trabalhar com parceiros em vez de construir seu próprio hardware.”

Enquanto ter uma fabricante de telefones dificultou a relação do Google com os parceiros Android, o negócio continuou a perder milhões de dólares. A Motorola estava se debatendo em um mercado altamente competitivo quando foi comprada pelo Google e continua sendo uma rival distante da Samsung, Apple e outros nomes conhecidos. A fatia da Motorola no mercado mundial de smartphones era de apenas 1,3% no terceiro trimestre de 2013, segundo a Gartner.

Vender a empresa acaba com a perda de dinheiro do Google e, ao mesmo tempo, deixa seus parceiros mais confortáveis na hora de investir no Android, afirma Greengart, da Current Analysis.

Mas o Google não comprou a Motorola para entrar no mercado de smartphones, para o analista da J. Gold, Jack Gold. Ela queria patentes, engenheiros e insights do mercado mobile, e conseguiu essas coisas, afirmou Gold em uma nota analisando a nova transação. “Eles fizeram um investimento em outros valores da Motorola e provavelmente só esperaram pelo melhor nas vendas”, afirmou.

Por mais fraca que a Motorola seja no mercado global de aparelhos mobile, ela pode ser um recurso valioso para a Lenovo, à medida que a empresa chinesa tenta expandir seu mercado de smartphones para fora da China. A Lenovo tinha 5,1% do mercado de smartphones no terceiro trimestre, segundo a Gartner, mas seu nome não é tão conhecido quanto a Motorola.

Com a Motorola, a Lenovo terá reconhecimento global do nome, mas não distribuição Global: isso porque, como aponta Greengart, as vendas da Motorola estão concentradas principalmente na América do Norte e do Sul.

No entanto, os aparelhos da Motorola são bons de verdade, diz Greengart. A empresa encontrou um nicho com smartphones que extendem o Android puro sem encher de add-ons, como um calendário ou app de telefone. Além disso, a empresa focou seus produtos para as preferências de um grupo de consumidores em vez de fazer o maior número de aparelhos.

O desafio tem sido espalhar essa mensagem entre os consumidores, e a Lenovo vai herdar esse problema, aponta o analista. Ainda assim, a empresa da China tem um registro provado de conseguir adotar uma marca dos EUA, como fez com a linha de laptops Think, que comprou da IBM em 2005.

“Isso leva a Lenovo para os EUA e à mesa com as operadoras do país”, afirma o analista da Gartner, Hugues de la Vergne. “A oportunidade para a Lenovo é fornecer smartphones a um custo menor, uma vez que as operadoras estão entando subsidiar custos de maneira agressiva.”

Mas o veredito ainda está aberto sobre o sucesso da empresa. “O mercado dos EUA é muito competitivo e será uma batalha complexa para a Lenovo ganhar uma fatia significativa em um mercado dominado pela Apple e Samsung.”

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