O ministro das Telecomunicações iraniano afirmou nesta segunda-feira não haver planos para legalizar o Twitter e o Facebook, contrariamente às intenções do novo Presidente, Hassan Rohani, que já defendeu uma liberalização da Internet.
"Não se espera que estas redes venham a ser permitidas", disse Mahmoud Vaezi, citado pela agência de notícias Isna.
O Irã bloqueia o acesso ao Twitter, bem como ao Facebook, YouTube e muitos outros sites, incluindo os que têm conteúdo pornográfico ou político. Os utilizadores podem recorrer a mecanismos técnicos para tentar contornar as restrições, mas a maioria dessas ferramentas consegue também ser bloqueada pelas autoridades. Estas, porém, fornecem a empresas privadas e estatais um acesso menos restrito à Internet.
Apesar das proibições, vários políticos iranianos têm uma conta com seu nome no Facebook ou no Twitter. Questionado sobre esses casos, Vaezi simplesmente respondeu: "Faça essa pergunta a eles".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, é um dos políticos com uma conta no Twitter, cuja autenticidade foi verificada pela rede social. Também o supremo líder do Irã, o ayatollah Ali Khamenei, tem presença online. Há ainda uma conta no Twitter em nome de Hassan Rohani, gerida por familiares do Presidente. Um dos seus conselheiros disse que não se trata de uma conta pessoal.
No início deste mês, um dos fundadores do Twitter, Jack Dorsey, usou o serviço para perguntar ao Presidente Rohani: “Os cidadãos do Irã conseguem ler os seus tweets?" A resposta, vinda da conta de Rohani, garantiu: “Os meus esforços estão orientados para assegurar que o meu povo pode confortavelmente aceder a toda a informação global, como é o seu direito”.
A troca de mensagens surgiu pouco antes de o Twitter revelar os detalhes da operação de entrada em bolsa, incluindo uma estratégia de que faz parte uma maior internacionalização do serviço.
Já numa entrevista à CNN, emitida a 25 de Setembro, o Presidente iraniano afirmara ter esperança de que "no âmbito do quadro moral [em vigor no Irã]” a população teria possibilidade de “ingressar a essas redes sociais".
Em 17 de Setembro, o Facebook e o Twitter estiveram acessíveis durante um curto período de tempo, devido ao que as autoridades classificaram como "problemas técnicos". Na altura, foram publicadas várias mensagens que mostravam contentamento por parte de utilizadores que julgaram tratar-se de uma liberalização da Internet.
No Irã, de acordo com dados oficiais, existem um pouco mais de 30 milhões de utilizadores da Internet, numa população total de 75 milhões.
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