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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Blackberry não sabe o que faz da vida


De líder do mercado de smartphones a empresa que luta para manter-se à tona, a BlackBerry desistiu do plano de venda e vai antes mudar de presidente executivo e levantar bilhões de dólares (cerca de 5 bilhões de reais) através de investidores internacionais.
A operação de recapitalização se realizará através de uma venda privada de obrigações convertíveis em ações, noticiou a Reuters, adiantando que a recapitalização será assegurada pela Fairfax Financial Holdings, que é a maior acionista da BlackBerry, com 10% do capital, e outros investidores. À sociedade financeira canadense, que até esta segunda-feira teve em cima da mesa uma proposta de compra da totalidade da empresa, caberá um investimento de 250 milhões de dólares (aproximadamente 550 milhões de reais).


Apesar do ótimo começo como pequena startup que se tornou numa empresa multibilionária popularizando o uso do email nos celulares, a Blackberry não soube reagir a tempo, e à altura, de rivais como a Apple e a Samsung. Depois de dois anos de perda de quota de mercado, valor em bolsa e reputação, os responsáveis da fabricante canadense e os seus consultores optaram por vendê-la.

A decisão foi impulsionada pela indiferença com que o mercado recebeu o novo aparelho da marca destinado a combater os iPhone, Galaxy e todos os outros smartphones com Android, o sistema operacional da Google. O Z10 foi um fracasso e a empresa se viu obrigada a reconhecer nas contas um prejuízo de 960 milhões de dólares (quase 2 bilhões de reais) com este modelo e a anunciar a demissão de cinco mil pessoas (um terço da força de trabalho da empresa).

Três dias depois, a Fairfax avançava com uma proposta de compra de 4.700 milhões de dólares (10 bilhões de reais), tendo as partes definido o prazo de 4 de novembro como a data limite para que a sociedade financeira canadense apresentasse as condições oficiais da oferta.

Mas, segundo a Reuters, a Fairfax estava com dificuldades em financiar a operação e poderá ter sido esse obstáculo que levou a esta mudança de rumo.

Na sequência do anúncio desta segunda-feira, Thorsten Heins, que era, desde Janeiro de 2012, líder da empresa, abandonará o cargo, e Prem Watsa, presidente executivo da Fairfax (que abandonou o conselho de administração da Blackberry para que a sua própria companhia pudesse avançar com a proposta de aquisição), assumirá a presidência do comitê de gestão.

John Chen, antigo CEO da Sybase (empresa de software adquirida pela SAP em 2010), será nomeado presidente executivo interino enquanto a fabricante procura um novo líder.

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